Motoristas de aplicativo, em todo o país, planejam uma grande paralisação na próxima segunda-feira (15), visando exigir melhores condições de trabalho. De acordo com informações do Estadão, estima-se que até 70% dos motoristas cruzem os braços durante o movimento.

Uber e 99 grande paralisação nacional de motoristas de aplicativo

Uma das entidades que apoia a greve é a Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp), que destaca a necessidade de garantir uma remuneração justa para os motoristas e entregadores, que frequentemente enfrentam dificuldades nesse aspecto.

As demandas dos profissionais incluem o aumento da tarifa mínima, a redução das comissões cobradas pelas plataformas – que chegam a 60% do valor em algumas corridas – e a disponibilização de seguro de vida e saúde.

Uber

A paralisação dos motoristas de aplicativo terá duração de 24 horas e conta com o apoio da Federação dos Motoristas por Aplicativo do Brasil (Fembrapp). Segundo Paulo Xavier, presidente da federação, as entidades não estão iniciando a convocação para a greve, uma vez que essa é uma iniciativa dos próprios motoristas, influenciadores e produtores de conteúdo.

“Entendemos que as reivindicações são justas e, por isso, estamos apoiando. Além da paralisação, também serão realizadas manifestações e carreatas com buzinaço. Já temos conhecimento de que Belo Horizonte, Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo e outras cidades terão essas mobilizações”, afirmou Xavier.

Paulo Xavier destaca que o objetivo da greve na próxima segunda-feira é pressionar os aplicativos para que implementem um repasse mínimo de R$ 10 por corrida e R$ 2 por quilômetro percorrido. Atualmente, segundo o presidente da Fembrapp, os motoristas estão recebendo entre R$ 1,10 e R$ 1,20 por quilômetro (média nacional).

Ele ressalta que esse valor é considerado “impraticável” porque os custos de manutenção dos veículos, incluindo gastos com combustível, chegam a cerca de R$ 1 por quilômetro percorrido.

“Nos últimos tempos, houve um aumento na concorrência entre as plataformas, como a chegada do Uber Moto, por exemplo, o que levou a uma redução nos repasses para os motoristas. Com o algoritmo trabalhando de acordo com a demanda, quando houve o aumento na oferta de motoristas, o valor repassado aos trabalhadores diminuiu”, argumenta Xavier.

O preço da gasolina também tem impactado tanto os motoristas quanto os passageiros dos aplicativos. De acordo com Xavier, a expectativa para a paralisação é muito positiva. Embora não seja possível prever o número exato de profissionais que aderirão à paralisação, Xavier afirma haver uma grande adesão nos grupos de WhatsApp e nas redes sociais.

Durante o movimento, os participantes desligarão o aplicativo Uber a partir das 4h, que é quando o serviço conta como um novo dia, e o 99 à meia-noite.

Procuramos o posicionamento das duas principais empresas de corrida por aplicativo do país, 99 e Uber, porém, até o momento do fechamento deste texto, não obtivemos retorno. Caso as empresas se manifestem sobre a paralisação, atualizaremos a matéria.

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