Novas descobertas feitas pela NASA revelam que as luas de Urano, incluindo Ariel, Titânia, Umbriel e Oberon, podem ter oceanos escondidos em seus núcleos. As observações foram feitas a partir de uma nova análise dos dados coletados pela sonda Voyager 2 durante sua passagem pelo planeta em 1980. Essa análise forneceu informações importantes sobre a composição interna e a estrutura das maiores luas de Urano, que podem ter oceanos entre suas crostas congeladas.

Urano tem mais de 20 luas, sendo que Ariel e Titânia são as maiores, com diâmetros de 1.160 km e 1.580 km, respectivamente. Essas duas luas, juntamente com Umbriel e Oberon, formam um grupo com possíveis oceanos em seu interior. Acredita-se que Titânia, devido ao seu tamanho, possa reter calor interno vindo do decaimento de elementos radioativos. Outras luas, como Miranda, parecem ser muito pequenas para manterem a temperatura necessária para evitar que possíveis oceanos congelem.

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Os oceanos nas luas de Urano

Julie Castillo-Rogez, autora principal do estudo, afirma que evidências de oceanos já foram encontradas em lugares improváveis, como o planeta-anão Ceres e Mimas, uma lua de Saturno. Os cientistas estão investigando quais mecanismos podem estar em jogo e como eles podem ser relevantes para corpos do Sistema Solar que podem ser ricos em água, mas têm calor interno limitado.

Para essa análise, os cientistas usaram dados da Voyager 2 e modelos computacionais com informações de outras missões. Isso permitiu que eles determinassem a porosidade da superfície das luas de Urano e descobrissem que algumas parecem ter isolamento suficiente para manter o calor interno necessário para os oceanos. Além disso, as luas têm uma possível fonte de calor em seus mantos, contribuindo para manter temperaturas mais altas nos oceanos.

A fonte de calor pode estar principalmente em Titânia e Oberon. Se essas luas realmente abrigam oceanos, eles podem ter condições para o desenvolvimento da vida como a conhecemos. Já a lua Miranda, a quinta maior na órbita de Urano, tem características em sua superfície que sugerem que já reteve calor suficiente para ter oceanos, mas o modelo mostrou que eles devem estar congelados, pois a lua perde calor rapidamente.

Os resultados do estudo sugerem que a composição química dos oceanos pode ser um fator importante para sua manutenção, pois eles contêm cloretos e amônia, compostos que atuam contra o congelamento. No entanto, são necessários mais estudos para confirmar se esses compostos estão presentes nos oceanos das luas de Urano.

Com essa nova descoberta, os cientistas estão mais próximos de entender a composição e a estrutura das luas de Urano e sua possível habitabilidade. O estudo também destaca a importância de continuar explorando nosso Sistema Solar em busca de possíveis sinais de vida em outros mundos.

Um artigo descrevendo as descobertas foi publicado na revista Journal of Geophysical Research.

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