Embora muitas alegações de comportamento anti-competitivo (antitruste) feitas contra o Facebook e o Google sejam difíceis de provar em um grau satisfatório no tribunal, a fixação de preços em virtude de um acordo estratégico pode ser uma questão diferente. De acordo com um novo projeto de ação, o Facebook e o Google fizeram um acordo para “cooperar e ajudar um ao outro” se algum dia fossem investigados por trabalhar para manter um duopólio no mercado de publicidade online.
No início deste mês, o Google foi atingido por dois processos antitruste diferentes que representam um esforço multiestadual para provar que o gigante das buscas manteve ilegalmente um controle monopolista em certos mercados, muitas vezes por meio da criação de altas barreiras de entrada para empresas que poderiam desafiar seu domínio. Isso se soma a um processo existente do DOJ que já fazia o Google parecer a Microsoft dos anos noventa.
O Facebook também foi atingido por processos semelhantes de 40 procuradores-gerais do estado, bem como da FTC. Os principais pontos de interesse são as várias aquisições feitas ao longo dos anos (incluindo Instagram e WhatsApp) e uma série de práticas de negócios questionáveis que têm se centrado na coleta de dados sobre concorrentes em potencial e sistematicamente tirá-los dos trilhos enquanto clonam seus serviços.
De acordo com um novo projeto de ação movido por 10 estados e descoberto pelo Wall Street Journal, o Facebook e o Google fizeram um acordo para “cooperar e ajudar um ao outro” se forem investigados por manter um duopólio de publicidade online.
O processo cita documentos internos que mostram como o Facebook concordou, em setembro de 2018, em evitar competir com as ferramentas de publicidade online do Google, desde que estas últimas ofereçam tratamento especial para o Facebook ao usá-las. Isso significa essencialmente que as duas empresas concordaram em dividir uma grande fatia do mercado publicitário entre elas.
O Wall Street Journal diz que o Google usou “Jedi Blue” como codinome para o negócio. Além disso, as duas empresas esperavam investigações antitruste e tiveram amplas discussões sobre como preparar uma resposta coordenada. Tanto o Google quanto o Facebook negam as alegações e afirmam que “não há nada exclusivo sobre o envolvimento do Facebook”, já que este último supostamente recebe os mesmos dados que são fornecidos a outros compradores de anúncios.
Em notícias relacionadas, o Google respondeu ao processo do DOJ sobre o domínio da pesquisa reiterando que as pessoas usam a pesquisa do Google “porque querem, não porque são forçadas”. E o Facebook teria considerado ajudar outros a criar redes sociais rivais licenciando seu código, o que teria pintado o gigante social sob uma luz diferente, se ao menos tivesse apaziguado os reguladores.