IDE, acrônimo de Integrated Drive Electronics, é um tipo padrão de cabos de conexão para dispositivos de armazenamento em um computador. Nesse artigo nos falaremos um pouco sobre o que é um cabo IDE?
O que é IDE?
IDE, sigla para Integrated Drive Eletronics, teve seus primeiros HDs lançados em 1986 e foi o primeiro padrão que integrou a controladora com o disco rígido. No início, as primeiras placas tinham somente uma entrada IDE e outra FDD, do driver de disquete.
Embora o standard tenha tido a designação ATA desde sempre, o mercado inicial divulgou a tecnologia como IDE (e sucessora E-IDE). Mesmo com estas designações meramente comerciais e não standards oficiais, estes termos aparecem muitas vezes simultaneamente: IDE e ATA.
O termo Integrated Drive Electronics (IDE) refere-se não somente à definição do conector e interface, mas também ao fato do controlador estar integrado na drive, não estando separado na/ou ligado à placa-mãe.
Com a introdução do Serial ATA em 2003, esta configuração foi retroativamente renomeada para Parallel ATA (ou PATA, ATA Paralelo) referindo-se ao método como os dados eram transferidos pelos cabos desta interface.
Posteriormente, tiveram pelo menos duas, sendo uma primária e outra secundária. O protocolo ATAPI (AT Attachment Pack Interface) foi criado para integrar placa de som, unidades de CD-ROM, caixinhas e microfone com o drive de IDE, e logo assumiu o posto com padrão.
Geralmente, o IDE refere-se aos tipos de cabos e portas usados para conectar alguns discos rígidos e unidades ópticas entre si e com a placa-mãe. Um cabo IDE, portanto, é um cabo que atende a essa especificação.
Algumas implementações IDE populares que você pode encontrar em computadores são: PATA (Parallel ATA), o padrão IDE mais antigo, e SATA (Serial ATA), a mais recente.
Às vezes, o IDE também é chamado IBM Disc Electronics ou apenas ATA (Parallel ATA). No entanto, IDE também é um acrônimo para Integrated Development Environment, mas isso se refere a ferramentas de programação e não tem nada a ver com cabos de dados IDE.
Leia também: PATA: O que é e para quê serve o conector e cabo PATA / IDE
Fatos importantes do cabo IDE
Os cabos de fita IDE possuem três pontos de conexão, diferentemente do SATA, que possui apenas dois. Uma extremidade do cabo IDE é, obviamente, conectar o cabo à placa-mãe.
Os outros dois estão abertos para dispositivos, o que significa que você pode usar um cabo IDE para conectar dois discos rígidos a um computador.
De fato, um cabo IDE pode suportar dois tipos diferentes de hardware, como um disco rígido em uma das portas IDE e uma unidade de DVD em outra.
Se dois dispositivos estiverem conectados ao cabo IDE simultaneamente, os jumpers deverão ser configurados corretamente.
Um cabo IDE tem uma faixa vermelha ao longo de uma borda, como você vê abaixo. É esse lado do cabo que geralmente se refere ao primeiro pino.
Leia também: Quais as diferenças entre SSDs PCIe vs. SATA?
Se estiver com problemas para comparar um cabo IDE com um cabo SATA, consulte a imagem abaixo para ver o tamanho dos cabos IDE. As portas IDE são parecidas porque terão o mesmo número de slots de pinos.
Por mais importante que seja diferenciar entre PATA e SATA, é realmente impossível conectar acidentalmente um cabo SATA em um slot IDE ou um cabo IDE em um slot SATA.
A velocidade de um dispositivo conectado ao IDE depende não apenas de seus próprios recursos, mas também do cabo que está sendo usado. Por exemplo, se você conectar um cabo lento a um disco rígido rápido, a unidade funcionará apenas o mais rápido que o cabo permitir.
Tipos de cabo IDE
Os dois tipos mais comuns de cabos de fita IDE são o cabo de 34 pinos, usado para unidades de disquete e o cabo de 40 pinos para discos rígidos e unidades ópticas.
Os cabos PATA podem ter uma velocidade de transferência de dados de 133 Mbps ou 100 Mbps a 66 Mbps, 33 Mbps ou 16 Mbps, dependendo do cabo.
Enquanto a velocidade de transferência do cabo PATA atinge o máximo de 133 MBps, os cabos SATA suportam velocidades de até 1.969 Mbps.
Leia também: SATA: O que e para quê serve e como funciona o Serial ATA?
O Padrão IDE
Os primeiros HDs com interface IDE foram lançados em 1986 e na época isto já foi uma grande inovação porque os cabos utilizados já eram menores e havia menos problema de sincronismo, o que deixava os processos mais rápidos.
Inicialmente, não havia uma definição de padrão e os primeiros dispositivos IDE apresentavam problemas de compatibilidade entre os fabricantes. O ANSI (American National Standards Institute), em 1990, aplicou as devidas correções para padronização e criado o padrão ATA (Advanced Technology Attachment).
Porém com o nome IDE já estava mais conhecido, ele permaneceu, embora algumas vezes fosse chamado de IDE/ATA.
As primeiras placas tinham apenas uma porta IDE e uma FDD (do drive de disquete) e mais tarde tiveram ao menos duas (primária e secundária).
Cada uma delas permite a instalação de dois drives, ou seja, que podemos instalar até quatro Discos Rígidos ou CD/DVD-ROMs na mesma placa. Para diferenciar os drives instalados na mesma porta, existe um “jumper” para configurá-los como master (mestre) ou slave.
Inicialmente, as interfaces IDE suportavam apenas a conexão de Discos Rígidos e é por isso que há um tempo os computadores ofereciam como diferencial os famosos “kits multimídia”, que eram compostos por uma placa de som, CD-ROM, caixinhas e microfone.
O protocolo ATAPI (AT Attachment Packet Interface) foi criado para fazer a integração deste tipo de drive com o IDE, de forma que se tornou rapidamente o padrão.
Leia também: Saiba tudo sobre o SATA externo (eSATA), seus usos e tecnologias
Misturando dispositivos de Cabo IDE e SATA
Em algum momento da vida útil de seus dispositivos e sistemas de computador, um provavelmente usará uma tecnologia mais nova que o outro.
Você pode ter um novo disco rígido SATA, por exemplo, mas um computador que suporte apenas IDE.
Felizmente, existem adaptadores que permitem conectar o dispositivo SATA mais recente a um sistema IDE mais antigo.
Outra maneira de misturar dispositivos SATA e IDE é com um dispositivo USB. Em vez de ter que abrir o computador para conectar o dispositivo SATA, como o adaptador de cima, este é externo; portanto, você pode conectar os discos rígidos IDE (2,5 polegadas ou 3,5 polegadas) e SATA a este dispositivo e conectá-los ao seu computador através de uma porta USB.
Leia também: SATA: O que e para quê serve e como funciona o Serial ATA?
O que é o IDE aprimorado (EIDE)?
EIDE é a abreviação de IDE aprimorado e é uma versão atualizada do IDE. Também possui outros nomes, como Fast ATA, Ultra ATA, ATA-2, ATA-3, IDE rápido e IDE expandido.
O EIDE é usado para descrever as taxas mais rápidas de transferência de dados além do padrão IDE original. Por exemplo, o ATA-3 suporta taxas tão rápidas quanto 33 Mbps.
Outra melhoria no IDE observada com a primeira implementação do EIDE foi o suporte a dispositivos de armazenamento de até 8,4 GB.
Pinagem do cabo IDE
Os cabos 40 pinos padrão IDE são enumerados abaixo com a função que desempenham.
Número do pino | Nome do sinal | Direção do sinal | Pino do barramento AT |
1 | -Reset | <- | B2 |
2 | Ground | B1 | |
3 | D7 | <-> | A2 |
4 | D8 | <-> | C11 |
5 | D6 | <-> | A3 |
6 | D9 | <-> | C12 |
7 | D5 | <-> | A4 |
8 | D10 | <-> | C13 |
9 | D4 | <-> | A5 |
10 | D11 | <-> | C14 |
11 | D3 | <-> | A6 |
12 | D12 | <-> | C15 |
13 | D2 | <-> | A7 |
14 | D13 | <-> | C16 |
15 | D1 | <-> | A8 |
16 | D14 | <-> | C17 |
17 | D0 | <-> | A9 |
18 | D1 | <-> | C18 |
19 | Ground | B1 | |
20 | Key | ||
21 | Reserved | ||
22 | Ground | B1 | |
23 | -IOW | <- | B13 |
24 | Ground | B1 | |
25 | -IOR | <- | B14 |
26 | Ground | B1 | |
27 | -IOCHRDY | -> | A10 |
28 | SPSYNC/ALE | <- | B28 |
29 | Reserved | ||
30 | Ground | B1 | |
31 | INTRQ | -> | D7 |
32 | -IOCS16 | -> | D2 |
33 | ADDR1 | <- | A30 |
34 | -PDIAG | ||
35 | ADDR0 | <- | A31 |
36 | ADDR2 | <- | A29 |
37 | -CS1FX | ||
38 | -CS3FX | ||
39 | -DASP | ||
40 | Ground | B1 |
Leia também:
Descrição dos Pinos:
- RESET: Ativo depois de no mínimo 25 microssegundos depois que o sinal lógico tenha se estabilizado
- D0 a D15: Barramento bidirecional de dados. D0 a D7 são usados durante a transferência de dados de 8 bits.
- KEY: Não é uma conexão nem possui um pino, mas faz parte da estrutura para evitar que o plug seja conectado erradamente.
- –IOW: É o sinal strobe de escrita.
- –IOR: É o sinal strobe de leitura.
- –IOCHRDY: Registra os pedidos de escrita/leitura quando o dispositivo não está pronto para recebe-los ou para responder aos sinais. Quando não desempenha este papel está em alta impedância.
- SPSYNC: Sincronismo Spindle. Pode ser tanto entrada como saída variando de acordo com uma chave, master/slave. Quando o HD está selecionado para master é um sinal de saída, se selecionado para slave é um sinal de entrada. Não existe nada que impeça alguém de selecionar dois dispositivos como master, porém para o sistema ser operável existem algumas normas a seguir tais como só poder existir um HD desempenhando o papel de master, dentre outros.
- INTRQ: É usado para interromper o sistema quando este possui uma solicitação de interrupção.
- IOCS16. Indica ao sistema que a porta de 16 bits foi endereçada e que o dispositivo está preparado para enviar/receber a palavra de 16 bits.
- ADDR0-2: Usado para selecionar um registro ou uma porta de dados no dispositivo.
- -PDIAG: é ajustado pelo dispositivo 1 para indicar que o dispositivo 2 já enviou as informações solicitadas.
- – CS1FX: É um selecionador de chip gerado pelo circuito de decodificação de endereço, é usado para acessar o oitavo bloco de comandos no registro.
- -CS3FX: É um selecionador de chip gerado pelo circuito de decodificação de endereço. Este sinal é válido durante transferências de 8 bits de/para o bloco de controle de registros.
- -DASP: É um sinal de tempo multiplexado que indica que um dispositivo está ativo ou que o dispositivo 1 está presente.
Agora que você sabe mais sobre o que é um cabo IDE, se você tiver dúvidas, perguntas ou sugestões, sinta-se a vontade para deixar abaixo nos comentários.